quinta-feira, 27 de maio de 2010

Matéria Correio Brasiliense - Janeiro 2010


Sonhos de um roqueiro

Irlam Rocha Lima

Publicação: 23/01/2010 10:58 Atualização: 23/01/2010 11:08

O brasiliense Luiz Nicolau viveu a febre do rockroll nos anos 1980

Luiz Nicolau era um típico adolescente brasiliense na primeira metade dos frenéticos anos 1980. Naquele período, os jovens da cidade tinham sonhos comuns: formar uma banda de rock ou integrar um grupo de teatro - entre os muitos que viriam a se proliferar na cidade. Mesmo atento à sonoridade punk que começava a ser ouvida nas festinhas e nos porões de prédios comerciais, ele optou por algo menos barulhento, mas igualmente cheio de vitalidade: o ofício de ator.

"Brasília vivia uma ebulição artística na década de 1980 e quis ser partícipe daquilo que estava acontecendo. Fui então fazer teatro. Subi ao palco pela primeira vez em 1982 para encenar Super Zé, dirigido por Dárcio Lima, no Teatro Galpão. Depois, faria outros trabalhos, como o marcante Vidas erradas, de Fernando Villar, inicialmente no Galpão e, depois, na Sala Martins Pena. A peça foi apresentada também no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo", lembra Nicolau.

De volta à capital, o ator integra o elenco do espetáculo Theatro Musical Brasileiro, pesquisa capitaneada por Luís Antônio Martinez Corrêa, com direção de Fábio Pilar, em cartaz até domingo, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Em novembro, ele também passou por aqui com Tom & Vinicius - O musical, apresentado na Sala Villa-Lobos. "Eu vivia o Frank Sinatra, no encontro que o Tom teve com o ícone da canção norte-americano", observa.

Em 1984, Nicolau foi para o Rio de Janeiro estudar teatro, na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). "Paralelamente, fiz outras coisas, como o curso livre de Hamilton Vaz Pereira (diretor do antológico Asdrúbal Trouxe o Trombone). Com ele, fiz a peça Amizade de rua, contracenando com Rodolfo Bottino e Patrícia Pillar, no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema", recorda-se.

Inimigos do Rei
Logo depois, o ator e cantor conheceu o maestro Marcos Leite, que o convidou para fazer parte da orquestra de vozes Garganta Profunda. No grupo vocal, ele ficou durante três anos (entre 1985 e 1988) e conheceu Paulinho Moska e Luis Guilherme, que viriam a ser os seus companheiros na banda Inimigos do Rei. "Gravamos alguns discos. O primeiro, de 1989, que vendeu 150 mil cópias, trouxe as músicas Uma barata chamada Kafka e Adelaide, a anã paraguaia, que foram dois grandes hits", conta.

Quase que ao mesmo tempo, Nicolau passou a trabalhar com publicidade em empresa dirigida pelos compositores Tavito (ex-Som Imaginário) e Eduardo Souto Neto, responsáveis por jingles marcantes: "O do Rock in Rio (segunda edição) e o que até hoje é utilizado pela TV Globo na abertura das transmissões de jogos da Seleção Brasileira".

Convidado por Ricardo Waddington para fazer a novela Laços de família, de Manoel Carlos, Nicolau interpretou o marginal Maurinho, ex-marido de Capitu, personagem vivida por Giovana Antonelli. "Depois dessa primeira experiência em novela, fiz outras produções da TV Globo, como O clone, Senhora do destino,Da cor do pecado e a série Carga pesada.

Para o ator, participar do Theatro Musical Brazileiro é uma experiência inquietante. "Na temporada do espetáculo em Brasília, substituo Pedro Paulo Malta, que estava na montagem no CCBB, no Rio. Para mim, tem sido um desafio, pois os personagens que faço são dos séculos 17 e 18, que participam de um sarau, em que ocorrem intrigas amorosas, com tiradas de humor".

Na volta ao Rio, Nicolau começa os ensaios para Era no tempo do rei, peça de autoria do escritor Ruy Castro, que retrata passagem da vida de Dom Pedro I, na fase adolescente. "Vou fazer o temido delegado Vidigal. A direção é de João Fonseca e a trilha sonora tem as assinaturas de Carlos Lyra e Aldir Blanc", adianta. Em breve, o ator poderá ser visto nas telas de todo o país no aguardado filme Suprema felicidade, de Arnaldo Jabor. Outro projeto é o CD da banda Nicolau e os Copérnicos.


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Perfil

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•Luiz Nicolau – Ator, cantor e locutor profissional desde 1986. Começou no teatro em Brasília, onde nasceu e viveu até 1984, quando se muda para o RJ. • Trabalha em televisão, radio, teatro e cinema, fez 9 novelas e 5 filmes como ator no Brasil. Com Paulinho Moska e Luiz Guilherme, sob a regência do Maestro Marcos Leite na Orquestra de Vozes Garganta Profunda, iniciaram os Inimigos do Rei como um sub-grupo. A banda de pop-rock marcou época no final dos anos 80, vendeu mais de 150.000 discos e realizou show no Rock'n'Rio 2 no Maracanã. • Trabalhou como locutor nas Rádios Globo FM, 98FM e MPB FM (RJ) entre 2005 e 2007 onde também apresentava o programa semanal D'Jazz (As pérolas do Jazz Brasil), desde out/2011 apresenta o "SUNSET COM CITROËN" da Oi FM(102,9 MHZ). • No teatro atuou e cantou em “Tom e Vinicius, o musical” (2007/9). “Theatro Musical Brasileiro” (2010), “Era no tempo do Rei” musicas de Carlos Lyra e Aldir Blanc, baseado no romance de Ruy Castro. Está em cartaz no RJ até março de 2012 no Teatro Maison de France com o musical "Emilinha e Marlene, as rainhas do radio". . Desde 2004 Produtor Cultural e Socio Diretor da Empresa Fazendo Amigos Prom. e Prod. Art. LTDA.